LIFE STORIES
Rita Mexia, Portugal
A Husband’s Reflection on Love, Loss, and Living
Duarte shares his poignant story of losing his beloved wife to disease, and how their enduring love sustained them through the trials of illness and the joys of everyday life.
We have always loved each other first, and then, only then, the children and the rest of the world were included in our great love. She told me the day before she left: “Do you know that you were my only boyfriend, my only love, the man of my life? And that is all I must give you.”
The fight against the disease, life, and our term love, although tough, also had an enormous meaning as a huge token of our love. The fight against the disease was very tough. It was tough to know what the outcome of the disease was. Though to understand the consequences of the entropies of the different institutions we went through. Hospitals and corridors overwhelmed with patients, treatments, surgeries, and many difficulties in getting answers.
Maybe we fought too hard. We suffered too much for not wanting to give up. But we deluded and stole time from the statistics that Oncology had for us. From early on we realized that our world would come to an end. That we would not come to be old people, strolling along the beaches of Goa with our children already grown up, “backpacking, hand in hand, looking at the sea”.
We deceived pain with wheelchair races through the inhospitable hospital corridors and elevators. Passing affection and strength to whoever crossed our paths, to strangers, to friends, to the rest of the family. We always refused to be victims. Who knew love like ours could not complain of the world!
We never surrender, we learned to live each day, each time. Three days after removing half a lung, Rita went to visit a friend who had bunion surgery.
Rita is missed every single day, but she is with us, forever, in the way we chose to live our lives and in our very own way of always trying to make things flourish.
Just like her rose bush in the garden, which continues to flower on unexpected days.
Portuguese
A Reflexão de um Marido sobre Amor, Perda e Vida
Duarte partilha a sua pungente história de perda da sua amada esposa para a doença, e de como o seu amor duradouro os sustentou através das provações da doença e alegrias da vida quotidiana.
Nós sempre nos amamos em primeiro lugar e depois, e só depois, os filhos e o resto do mundo eram incluídos no nosso enorme amor. Disse-me no dia antes de partir, “sabes que foste o meu único namorado, o meu único amor, o homem da minha vida? E é isso e só isso que tenho para te dar”. A luta contra a doença, a vida e o nosso amor a prazo, apesar de duro, tinha também um enorme significado como uma enorme prova do nosso amor.
A luta contra a doença foi muito difícil. Difícil saber o que era consequência da doença. Difícil de descortinar o que eram consequências das entropias das diferentes instituições por onde fomos passando. Hospitais e corredores assoberbados com doentes, tratamentos, cirurgias e muitas dificuldades de resposta.
Se calhar lutamos de mais. Sofremos demais por não querer desistir. Mas enganámos e roubámos tempo às estatísticas que a oncologia tinha para nós. Desde muito cedo percebemos que o nosso mundo teria um fim. Não iríamos, velhos, passear pelas praias de Goa com os filhos já crescidos, “mochila às costas, de mão dada a olhar o mar”.
Enganámos a dor com corridas de cadeira de rodas pelos corredores e elevadores inóspitos dos hospitais. Passando carinho e força por quem nos cruzávamos, pelos desconhecidos, pelos amigos, pela restante família.
Enganámos a dor com corridas de cadeira de rodas pelos corredores e elevadores inóspitos dos hospitais. Passando carinho e força por quem nos cruzávamos, pelos desconhecidos, pelos amigos, pela restante família.
A Rita faz-nos muita falta a cada dia, mas está connosco, para sempre, na forma que criámos de viver; e uma maneira muito nossa de tentar fazer tudo florir. Como a sua roseira do jardim que continua a dar flores em dias inesperados.